Em 20 de maio, o atual prédio da Santa Casa de Poços de Caldas completou 62 anos, marcando um capítulo importante na história da instituição. Para a Dra. Maria Aparecida Ponce Cardillo, a médica mais antiga em atuação na Santa Casa, essa data possui um significado ainda mais profundo. Sua ligação com o hospital remonta à construção do prédio, quando seu avô, André Ponce Peres, um imigrante espanhol, trabalhou como pedreiro na obra.
“Meu avô é de origem espanhola, imigrou para o Brasil logo depois da 1ª Guerra Mundial, entre 1916 e 1920. Quando ele veio para cá, começou a trabalhar na construção civil ,trabalhando como pedreiro aqui, na construção deste atual prédio onde estamos”, relembra Dra. Maria Aparecida. Formada em medicina em 1982, iniciou sua trajetória na Santa Casa em 1985, começando no Pronto Socorro e depois atuou no setor de ginecologia e obstetrícia, dedicando muitos anos à maternidade.
A relação de Dra. Maria Aparecida com a Santa Casa é marcada por inúmeros momentos significativos, tanto pessoais quanto profissionais. “A história com a Santa Casa é longa. Meu avô construiu o prédio, eu me formei, atuei aqui, me casei e tive duas filhas, que nasceram dentro da Santa Casa. Alguns tratamentos que fiz, cirúrgicos, foram aqui. Por ser portadora de doença renal crônica, fiz hemodiálise no setor de Hemodiálise da Santa Casa durante três anos até que, em 2020, consegui passar por um transplante renal. Fiz um período de afastamento e agora estou de volta”, conta.
Atualmente, Dra. Maria Aparecida é responsável pelo Serviço de Arquivo Médico e Especialidades (Same) e atua como médica examinadora da medicina do trabalho, além de atender às funcionárias da Santa Casa como ginecologista e obstetra.
A trajetória de sua família na Santa Casa não termina com ela. O legado da família Cardillo também é notável. “Meu avô, Miguel Cardillo, veio da Itália. Na família, além de mim, teve o, Dr. Victor Cardillo, que foi responsável por um setor que, coincidentemente, eu assumi. A família Cardillo participou de muita coisa aqui na Santa Casa. O Dr. Victor foi um médico muito famoso e querido na cidade, o pessoal gostava muito dele”, compartilha.
Para a Dra. Maria Aparecida, a palavra que melhor define sua relação com a Santa Casa é “acolhimento”. “Eu saí para estudar fora em 1976, entrei na UFRJ em 1977, fiz faculdade e residência médica no Rio e retornei para Poços, onde eu nasci, para trabalhar na Santa Casa. Dá a impressão que você está voltando para o ninho e olha como o mundo constrói as coisas, vim trabalhar onde meu avô trabalhou e construiu”, conclui.
A história de Dra. Maria Aparecida Cardillo e sua família exemplifica a conexão profunda e duradoura que algumas famílias têm com instituições que servem a comunidade por gerações. A Santa Casa de Poços de Caldas, com seu prédio histórico completando 62 anos, não é apenas um local de trabalho para ela, mas um símbolo de continuidade, dedicação e serviço comunitário, solidificando seu papel como um pilar na saúde e bem-estar da população local.