No último 16 de abril, profissionais da Pediatria e da Ginecologia Obstetrícia da Santa Casa de Poços passaram por uma capacitação com a equipe de sexologia da Polícia Civil de Belo Horizonte. O objetivo é a implantação do “Protocolo Humanizado de Atendimento a Vítimas de Violência Sexual”.
A Dra. Elisa da Cunha Teixeira, coordenadora do serviço de sexologia forense do IML de Belo Horizonte, explica que o Protocolo de Atendimento Humanizado é um protocolo que visa o atendimento integral à vítima de violência sexual, com coleta precoce de evidências, não precisando dessa vítima passar por novo reexame na medicina legal.
“No primeiro exame médico que a vítima faz no serviço credenciado, no caso a Santa Casa de Poços de Caldas, essa paciente fará toda a avaliação médica assistencial acrescido da coleta de vestígios. Essa coleta é encaminhada para a medicina legal que fará o laudo indireto dessa vítima. Com isso, a gente tem uma humanização do atendimento, uma integralidade do atendimento, sem que essa vítima precise se deslocar a outros locais para fazer um novo reexame”, explica a perita, que veio acompanhada da Dra. Maria Flávia e da Dra. Cristiani Regina da equipe de sexologia da Polícia Civil de Belo Horizonte para fazer essa capacitação com os médicos assistenciais para assim poder fazer a implantação do Protocolo na Santa Casa de Poços.
“Esse serviço já funciona em Belo Horizonte há mais de 10 anos, temos quatro serviços credenciados para coleta de vestígios e nós temos 12 regionais no estado que já estão com o protocolo implantado, fazendo esse tipo de atendimento integral à vítima de violência sexual. Por isso, a gente tem esse retorno que para a vítima é muito importante esse ambiente mais acolhedor do Hospital. Outra importância é a coleta precoce das evidências durante o primeiro exame. Então, conseguimos o acesso a esses vestígios com maior rapidez e eficácia, não necessitando dessa paciente fazer outros exames, o que traz um grande conforto para a paciente. Sempre lembrando que o atendimento médico assistencial que visa diminuir os transtornos que esse tipo de agressão causa é o principal para a paciente. A gente consegue fazer isso no protocolo, dando essa assistência integral para a paciente”, completa a Dra. Elisa.
A Dra. Cristine Benetti, médica da Maternidade da Santa Casa de Poços, destaca que esse treinamento é o resultado de um projeto municipal de atendimento às vítimas de violência sexual.
A gente tem um Comitê Municipal e a Santa Casa é o hospital referência para o atendimento dessas vítimas. E a finalidade desse treinamento é sermos aptos a coletar material dessa mulher. Então, por exemplo, se ela sofreu uma violência, foi abusada sexualmente, além do atendimento médico, a profilaxia das doenças sexuamente transmissíveis, a profilaxia de gestação, a gente está apto, à partir desse curso, a coletar material, secreção vaginal, oral, perianal, para a tentarmos rastrear o material genético do agressor. Dessa forma, a vítima não precisa passar pelo Hospital, depois passar pela delegacia, depois pelo IML e ter contar novamente essa história para todas as pessoas e sofrer novamente a violência que ela foi submetida”, relata a Dra. Cristine Benetti.