Presídio de Andradas lança projeto inovador de ensino a distância
Para ressocializar o maior número de apenados por meio da educação, tendo como consequência um impacto positivo na sociedade, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejus) lançou, nesta quinta-feira, 15, o projeto inovador de ensino a distância “Eja Tech Elfus”, que será realizado de forma pioneira no presídio de Andradas. Por meio de uma plataforma web, com segurança certificada pela Diretoria de Suporte e Infraestrutura da Sejusp, os detentos terão acesso aos conteúdos didáticos de todas as matérias da educação básica, dos ensinos fundamental e médio, alinhados com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O projeto foi viabilizado por meio de Termo de Cooperação Técnica assinado pela Sejusp e a empresa Elfutec, desenvolvedora do sistema, sem ônus para o Estado. A parceira também irá fornecer oito tablets e pontos de internet para que os detentos possam acessar a plataforma educativa. A entrega dos dispositivos foi feita durante a solenidade de lançamento.
A tecnologia é um recurso que pode assegurar um maior número de educandos nas unidades prisionais, independentemente de salas de aula. Presente no evento de lançamento, o diretor-geral do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), Rodrigo Machado, destacou a importância do uso das tecnologias alinhado à educação no sistema prisional. “Um movimento significativo tem sido feito nesse aspecto e este projeto é um marco na nossa história. A preparação adequada do indivíduo para que ele possa ter elevação de escolaridade é um dos mecanismos essenciais no pilar fundamental do nosso papel de Polícia Penal de custodiar e ressocializar”, afirmou.
A diretora de Ensino e Profissionalização do Depen-MG, Maristela Pessoa, afirma que toda proposta de fomento de educação gratuita e de qualidade é bem acolhida pela gestão do Departamento Penitenciário da Sejusp. “Andradas será a primeira unidade a receber esse projeto tecnológico de ensino que, após a mensuração de resultados e novos termos de parceria, poderá inclusive ser expandido para outros estabelecimentos prisionais do estado”, disse a diretora.
Ensino a distância
Inicialmente, nove detentos irão participar das atividades. Um deles exercerá a atividade de monitor do grupo, alinhando informações e esclarecendo dúvidas de acesso. Essa função será desempenhada por Paulo Lima, de 36 anos, que já atua há dois anos na organização e distribuição de livros da biblioteca. Ele, que auxilia a pedagoga da unidade nos projetos educacionais, atuará como monitor do novo projeto. “Irei auxiliar os detentos que buscam conhecimento na unidade. É uma forma de ter uma ocupação e um ponto positivo no currículo após o cumprimento da pena”, avaliou.
Paulo também tem vontade de cursar a faculdade de Engenharia Mecânica, devido à experiência pretérita em Mecânica Industrial, e acredita que futuramente a plataforma pode ajudá-lo nos estudos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Os participantes poderão se preparar para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que concede certificados de conclusão dos ensinos fundamental e médio aos aprovados no certame. E, também, para o Enem – uma prova de admissão à educação superior.
O grupo terá acesso ilimitado ao conhecimento dentro da série correspondente. A pedagoga da unidade, Leandra Polita, observou que “se o indivíduo privado de liberdade souber aproveitar a oportunidade, poderá sair transformado, com novas chances, proporcionadas pelo avanço nos estudos”.
O diretor-geral do Presídio de Andradas, Willian Steve, afirmou que a viabilização da iniciativa foi possível graças ao emprenho de toda a equipe da unidade. “Nós acreditamos que o processo de ressocialização pode acontecer por meio da educação”, pontuou.
Fonte: Agência Minas