sábado, novembro 23, 2024
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Ladrilhos da Estação Fepasa estão sendo restaurados: mais de 130 anos de história

Servidores da secretaria do Departamento de Meio Ambiente da secretaria de Planejamento, representado pela Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento, começou o trabalho de restauro dos ladrilhos da antiga Estação Fepasa, bem tombado pelo município, cumprindo determinações judiciais definidas em Ação Civil Pública.

O CONDEPHACT – Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico, com utilização dos recursos do FUNDEPHACT – Fundo do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico contratou a elaboração de um Laudo Técnico, para direcionar as obras.

Os trabalhos são realizados seguindo as determinações contidas no ‘laudo’, que tem como responsáveis técnicos arquitetos qualificados na área de restauro de bens imóveis.

Segundo as informações contidas no estudo, os ladrilhos utilizados na construção da estação ferroviária tiveram origem estrangeira, importados pela Companhia Mogiana e utilizados em larga escala em suas edificações. As peças desembarcavam no Rio de Janeiro e eram espalhadas pelo interior dos estados pela rede de estradas de ferro.

A elaboração da documentação teve como base a coleta de informações ‘in loco’, o levantamento iconográfico em acervos históricos, além de extenso registro fotográfico da atual situação da edificação, que possibilitou a produção do mapa de danos para o diagnóstico e solução de cada problema identificado nas peças de ladrilho.

O ‘laudo’ sugere que as marcas deixadas pelo tempo e pelo uso sejam mantidas como testemunho da história local. Ou seja, não haverá substituição completa das peças, mas uma restauração que garanta que elas sejam preservadas e durem por muitos anos.

Segundo o estudo realizado, as peças têm grande valor histórico por terem mais de 130 anos, e as que não estiverem completamente danificadas devem ser mantidas como testemunho, para evitar a descaracterização do prédio. Outro fator que corrobora a decisão pela manutenção dos ladrilhos em alguns pontos é a dificuldade de retirada e o alto grau de risco para as peças circundantes em um processo de rompimento do cimentado já consolidado visando a instalação de novas peças.

A coordenadora da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento, a arquiteta Lícia de Almeida, explicou que “segundo Cesare Brandi, um dos principais teóricos do restauro crítico, cujos textos balizam as técnicas utilizadas para preservação de prédios históricos, a restauração não deve reverter a degradação natural das obras ou ocultar quaisquer traços decorrentes da passagem do tempo e que qualquer ação restauradora deve ser feita de modo pontual”.

Lícia disse ainda que, com base no ‘laudo’ e em uma visão geral, qualquer intervenção deve ser pautada na tentativa de amenizar as diferenças entre as peças, considerando suas diferentes épocas históricas, que se buscará o restauro através da limpeza, nivelamento, calafetação e, somente nos casos mais específicos, a substituição, garantindo um resultado visual que permita ao usuário a leitura das diferentes fases de edificação ao longo dos anos. A maior preocupação é que o imóvel não seja descaracterizado.

Os responsáveis técnicos pelo laudo estão acompanhando e direcionando os trabalhos e a DPCT – Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento, do Departamento de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente está acompanhando, fiscalizando e fotografando, com a finalidade de formar um banco de dados para registro histórico.

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