Foi assinado na manhã desta quarta-feira, 19, um termo de fomento para a execução do projeto “Nós, maternidade e autismo”, entre a secretaria de Promoção Social, e o Instituto A de Apoio aos Autistas e às Famílias. A partir de agora, a entidade passa a receber recursos financeiros de R$ 312 mil, conforme previsto no Plano de Trabalho, para o desenvolvimento do projeto.
Com o aporte financeiro, o Instituto A inicia um serviço pioneiro com o Centro de Convivência, que trabalha em três grandes núcleos:
Acolhimento (voltado para os familiares) – Para cuidar das crianças, é necessário olhar para sua fonte, as mães que, na maioria das vezes, não conseguem sair para trabalhar, sem renda, sem orientação, sem um lugar seguro para dividir dúvidas e angústias, com muita dificuldade de encontrar informação e acolhimento. Olhando para isso, o Instituto A faz do grupo um lugar de acolhimento, sem julgamento, onde mães e pais de autistas podem dividir o dia a dia com seus filhos. Através de encontros semanais é feito o fortalecimento de vínculo e, quinzenalmente, são debatidos os direitos dos autistas e caminhos para garantir tais direitos.
Apoio (voltado para crianças e adolescentes) – Como uma das bases do autismo é a dificuldade na interação social, não por falta de vontade por parte dos autistas, mas pelas barreiras causadas pelo TEA, a ideia é promover situações onde os autistas possam conviver entre si (formação de grupo) e com a sociedade em geral. Isso é feito através de passeios e atividades direcionadas, sempre com a presença de voluntários (adultos e crianças) de fora do espectro, usando os mais diversos espaços que a cidade oferece. Também são realizados projetos extracurriculares, com teatro, música, atividade física e judô.
Autismo (comunidade) – Este núcleo foi pensado para atingir o objetivo de divulgar informações de qualidade sobre autismo à sociedade e gerar renda para a instituição participando de ações desenvolvidas na cidade.
O Instituto A se tornou entidade de utilidade pública em agosto de 2021. A lei foi aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Sérgio Azevedo. Respeitado o período de carência, como determina a legislação vigente, a instituição, criada em 2017, pode receber auxílios, contribuições e subvenções por parte do Poder Público.
Parceria
Para a coordenadora do Instituto A, Camila Nogueira, desde 2016, o trabalho é intenso e a troca com a administração municipal fez toda a diferença. “Fomos nos regularizando até que conseguimos nos tornar uma instituição. É uma emoção muito grande saber que podemos ajudar cada vez mais pessoas e famílias que se encontram nessa situação, dando acolhimento e soluções práticas para que cada vez mais a sociedade entenda o espectro autista. Hoje, já somamos mais de 150 atendidos e será um prazer desenvolver um trabalho em que podemos reforçar e contribuir com o que cada um veio para ser no mundo”, ressalta.
“Agora temos mais um parceiro. Sabemos que são pessoas que fazem um trabalho sério e com conhecimento de causa, dando todo o cuidado e apoio a quem precisa e soluções para melhores caminhos. Buscamos contribuir com todas as instituições e são muitas ações desenvolvidas, das quais destacamos o local para a nova sede da Adefip e o reajuste de 33% no repasse às entidades assistenciais no valor anual investido nos termos de colaboração, que proporciona a ampliação dos serviços prestados. Com certeza, este é apenas o início de um longo e belo trabalho desenvolvido pelo Instituto A, em que cada vez mais pessoas serão atendidas”, destaca o prefeito Sérgio Azevedo.
Sobre o Instituto A
O Instituto A é uma organização sem fins monetários, fundada em 2017, por um grupo de pais que se uniu para dar visibilidade à causa autista. Por dois anos os pais ficaram no grupo Mundo Azul, acolhendo as famílias que chegavam e fazendo eventos pontuais, mas o grupo aumentou muito e, consequentemente, a demanda cresceu. Em 2019, os trabalhos passaram a ser mais intensos. Em 2020, com a chegada da nova diretoria, o Instituto ganhou mais estrutura e os mecanismos de atendimento estão cada vez mais elaborados.
TEA
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida.
(Fonte: https://autismoerealidade.org.br/o-que-e-o-autismo/).