quinta-feira, setembro 19, 2024
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INB lança edital para vender mais de 15 mil toneladas de ‘Torta 2’

A INB (Indústrias Nucleares do Brasil) lançou edital esta semana em que coloca à venda mais de 15 mil toneladas do material radioativo chamado Torta 2. A maior parte está armazenada na unidade da empresa em Caldas.

O restante está em unidades da empresa em São Paulo e Itu. Das 15 mil toneladas colocadas à venda, 11,3 mil estão em Caldas. Em São Paulo, estão 590 toneladas, e no município de Itú (SP), estão armazenadas 3,5 mil toneladas.

Há 11 anos, a INB fez a primeira tentativa de vender esse material. Na ocasião, foi assinado um contrato com uma empresa chinesa, mas essa empresa não obteve as licenças ambientais para receber esse material em território chinês e o negócio não foi adiante.

O que é Torta 2

Técnicos da INB explicam que A Torta II é resultado do tratamento químico realizado em São Paulo de um minério chamado monazita, encontrado nas areias mais escuras do litoral brasileiro, principalmente São Paulo, Espírito Santo e na Bahia. Esse produto está armazenado há décadas na INB.

A empresa esclarece que a Torta 2 é um material radioativo, fruto do tratamento que foi feito entre as décadas de 1950 e 1990. Por ser radioativo, esse resíduo está armazenado sob a responsabilidade da INB.

A empresa diz ainda que há pouco tempo fez o que se chama de reentamboramento, ou seja, aqueles tambores mais antigos e alguns já mais deteriorados foram colocados dentro de novos tambores para garantir a segurança na estocagem.

A gerente de descomissionamento da unidade da INB em Caldas, Letícia Oiveira Alves, explica que “a Torta 2 é um resíduo que é gerado no processamento químico da monazita. Esse processamento foi realizado na usina de Santa Mar, em São Paulo e ele teve como principal objetivo a geração de componentes de terras raras. As terras raras têm diversas aplicações tecnológicas, inclusive em veículos híbridos, eles podem ser também utilizados para a fabricação de imas, que são utilizados em equipamentos de diagnóstico médico, entre outras diversas aplicações tecnológicas”.

A gerente de descomissionamento explicou também que a Torta 2, além de possuir uma porcentagem de terras raras, contém ainda uma pequena porcentagem de urânio e a grande maioria dela é composta por tório. Por isto, neste momento, a ideia é a de identificar possíveis compradores do material.

“A INB nesse momento está fazendo uma oferta pública para identificar possíveis interessados na comercialização desse material. Então, já foi publicado o edital, as empresas têm 90 dias para apresentarem a sua proposta e o vencedor vai ser aquele que ofertar o maior valor”, completou a Letícia Oliveira.

Empresas que atuam nesses três setores, principalmente de terras raras, mas também de urânio e tório, devem demonstrar interesse na compra desse material. Países como China, Japão inclusive, que vem trabalhando com reatores a tório, podem demonstrar interesse.

A empresa considera que em caso da venda desse material ser concretizada, será um passo decisivo para o descomissionamento da unidade de Caldas.

Com informações do G! Sul de Minas

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