O ano era 2020, o tema principal do Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços) era “A Literatura e a Mulher, da Poesia ao Poder” e, naquela edição, a curadoria introduziu o bordado como uma das atividades importantes dentro da programação oficial do festival. Foi feito um chamamento e artistas de todo o Brasil participaram, totalizando 85 obras que foram divididas em quatro painéis que seriam expostos no Festival.
Porém, veio a pandemia, a Flipoços 2020 foi cancelada e os painéis nunca chegaram a ser expostos. Então, a curadora do Festival, Gisele Corrêa Ferreira, esperou o momento certo e, na última semana, realizou a doação desses quatro painéis, um para a unidade do Sesc de Poços, um para o Palace Hotel, um para o Instituto Federal campus Poços de Caldas e o quarto painel para a Unacon.
A entrega do painel da Unacon aconteceu na sexta da última semana, dia 23, pela proprietária da GSC Eventos Especiais, que criou a Flipoços há 17 anos, Gisele Corrêa Ferreira, pela co-curadora da exposição, Beatriz Teles e pela funcionária da GSC, Nadja Moreno, que foram recebidas pelo enfermeiro Guilherme Tavares, responsável técnico pela Unidade.
“Escolhemos a Unacon como um dos lugares para a doação dos painéis por acharmos importante trazer a arte para essas pessoas que estão aqui em tratamento, em um momento tão difícil. Pensamos em trazer um pouco desse encantamento da arte do bordado para que essas pessoas que estão aqui na sala de espera aguardando para serem atendidas possam apreciar um pouco dessa obra de arte tão bonita que é o bordado”, explica Gisele Corrêa.
A curadora da Flipoços conta ainda que, naquela edição de 2020 do Festival, que acabou não acontecendo por conta da pandemia, estavam previstas mesas com bordadeiras, com escritoras que escrevem livros relacionados à bordado, sempre pegando um gancho da questão da literatura e trazendo para esse universo da mulher, que era o tema daquela edição.
“Fizemos um chamamento no Brasil, através da co-curadora, Beatriz Teles, e houve uma participação muito expressiva, com mais de 60 pessoas, bordadeiros e bordadeiras de várias partes do Brasil. Foram doadas 85 obras dentro desse contexto de bordado e literatura que foram padronizadas e colocadas em quatro painéis diferentes. Nesses bordados estão sendo retratados várias mulheres de garra, várias mulheres importantes, que fizeram parte da história do Brasil como um todo, escritoras importantes como a Cora Coralina, a própria Mariele Franco, a Tarsila do Amaral, a Nise da Silveira, várias mulheres importantes que representam essa garra, essa luta, essa força, essa determinação retratadas nessas obras artísticas de bordado”, completa Gisele.