De 3 a 11 de setembro, a cidade sediou um dos mais importantes encontros de literatura do Brasil, o 17º Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços). Com uma programação que apresentou nomes como o de Daniel Munduruku, Nelson Motta, Eduardo Bueno, Caetano Galindo, Jorge Caldeira, Ney Matogrosso e Cristóvão Tezza, o evento promoveu debates, shows, oficinas, workshops, lançamentos, intervenções ao público infanto-juvenil, mesas e palestras noturnas com alguns dos maiores nomes do pensamento crítico e das artes no país e exterior.
Ao todo, foram 184 atrações culturais, além de um espaço dedicado à gastronomia, às crianças e o Circuito Pegada Literária (atividades descentralizadas do local do evento) integraram a agenda. De acordo com a organização, depois das edições em formato virtual em função da pandemia, a programação deste ano foi cuidadosamente preparada para atrair um público extremamente amplo e, assim, o evento recebeu cerca de 50 mil pessoas e contabiliza resultados extremamente positivos, que se refletiram tanto socioculturalmente quanto economicamente.
Balanço Flipoços 2022
De acordo com a curadora do evento, Gisele Ferreira, o 17º Flipoços teve como resultados:
• Recepção de cerca de 500 ônibus de mais de 100 cidades ao em torno de Poços de Caldas-MG.
• Distribuição de 16.500 vales-livros para a rede de escolas estaduais.
• Cerca de 150 cidades visitantes.
• Cerca de 80 empregos diretos e 300 indiretos.
• Em torno de 2 milhões e quinhentos mil em vendas e negócios realizados na Feira.
• Uma taxa de ocupação de hotéis de aproximadamente 80%, além da plataforma AirBnb.
• Em torno de 4 milhões de reais de movimentação na economia local.
Segundo a curadora do Festival, Gisele Ferreira, o resultado do Festival e da Feira foi importante para mensurar a volta ao presencial “ainda sentimos no geral que a carga máxima tanto de visitação quanto de vendas, se dará realmente a partir do ano que vem. A questão da Covid, o momento pré-eleitoral, e a inflação alta, pesaram na participação do público, nas vendas e na descontração. Mas foi sensacional sentir e ver a alegria, sobretudo, das crianças e jovens, aproveitando para comprar seus livros e curtindo a variedade de atividades oferecidas”.
Com uma programação incrível, rica, eclética, diversificada e para todos, o Flipoços nessa retomada ao presencial abordou várias efemérides como o Centenário de José Saramago, 100 Anos da Semana de Arte Moderna, Centenário de Jack Kerouac, Bicentenário da Independência dentre outros. Mas o centro das discussões foi baseado na temática “Letras e Música, a Sinfonia da Literatura” com a presença incrível e generosa de vários representantes da área no Brasil.
A começar pela presença “doce” de um dos integrantes e fundadores do Clube da Esquina, Marcio Borges que recebeu a homenagem pelo grupo e participou de mesa de bate papo. “para mim é uma felicidade muito grande estar no Flipoços neste ano que juntaram a literatura e a música, duas coisas que tanto amamos. Receber uma homenagem pelos 50 anos do Clube da Esquina, foi muito emocionante ainda mais nessa cidade de Poços que tanto amo e que guardo lindas recordações”, enfatizou Borges.
Para a homenagem ao Patrono do Festival, Milton Nascimento, o representante foi Zé Ibarra, jovem e talentosíssimo músico, que tem acompanhado Milton na “Ultima Sessão de Música” e além disso, possui banda própria a aclamada pela crítica – “Bala Desejo”. “sobre o Milton estar sendo homenagem e a música dele, e eu receber como representante dele, é muito lindo e muito simbólico, porque eu na turnê com ele já tem um simbolismo muito grande do ancião, do mestre, do gênio e do aprendiz. Eu sou um agraciado”, diz Zé Ibarra.
E para fechar com chave de ouro a temática central do Festival que ao longo dos nove dias enalteceu a música e as letras musicais na literatura, o Flipoços recebeu o cantor e grande artista Ney Matogrosso que participou de duas atividades: bate papo sobre o livro – “Ney, a biografia”, escrita pelo jornalista Julio Maria e do bate papo sobre o filme “Ney, a flor da pele” roteirizado pelo cineasta Felipe Nepomuceno. Ambas atividades emocionaram o público e confirmaram Ney como um artista plural, genuíno e incomparável, sobretudo, pela vitalidade, alegria, simpatia e vontade de viver.
Um dos pontos altos de seu bate papo com a curadora do Festival, Gisele Ferreira, foi quando perguntado sobre velhice e finitude, assunto ainda tabu para muitas pessoas. Talvez ele nunca tenha sido perguntado sobre isso, mas Ney mostrou sua tranquilidade, resiliência e aceitação sobre o tema. “Eu me relaciono com a morte. Eu não tenho medo da morte. Como a gente vai ter medo da única certeza que temos na vida?” pergunta Ney para o público. Um grande exemplo a ser seguido.
Já com data marcada para acontecer de 29 de abril a 7 de maio de 2023, abrindo o calendário nacional, a 18ª Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas e o Flipoços 2023, serão realizadas em espaço aberto, no centro da cidade, próximo às grandes e lindas praças da cidade onde serão ocupadas por parceiros e muitas novidades. “A nossa feira é muito procurada por editoras e livreiros. Temos uma grande tradição de ótimas vendas e bons negócios, com isso, a cada ano aumenta o número de interessados em estar conosco. Estamos preparando desde já muitas mudanças e a ampliação no projeto levando a Feira o Festival para um espaço aberto. Certamente a cidade estará mais integrada e o público visitante poderá desfrutar melhor dos eventos e das belezas da nossa cidade”, enfatiza Gisele Ferreira, curadora e idealizadora do Flipoços.
Todas as atividades e mesas do festival podem ser acessadas pelo canal no Youtube https://www.youtube.com/feira-flipocos a em breve todos os registros fotográficos estarão no site www.flipocos.com
Para mais informações, ligue para (35) 3697 1551.