O governo do Estado de MG publicou, na última terça, 16, a Lei nº 24324, que declara de utilidade pública a Associação dos Produtores do Café da Região Vulcânica, com sede no município de Poços de Caldas. A Associação, que hoje conta com mais de 800 associados, também aponta um crescente número de marcas de cafés de associados que estão utilizando o selo de origem. Hoje são mais de 90 marcas de cafés especiais produzidos pelos próprios produtores.
Para o diretor executivo da Associação dos Produtores do Café da Região Vulcânica, Ulisses Ferreira a publicação do governo do Estado é mais uma conquista para a associação. “Para a associação, a conquista do título de utilidade pública estadual é mais um passo importante na busca pelo desenvolvimento da cafeicultura e o apoio a milhares de famílias de produtores rurais. Estamos avançando com o registro e a promoção da marca, engajamento dos produtores, abertura de mercado, valorização do produto e crescimento do apoio institucional. Esperamos ainda esse ano ter nosso registro de Indicação Geográfica concedido pelo INPI para consolidar de vez esse trabalho”.
Em julho do ano passado, A Região Vulcânica foi incluída no mapa de origens produtoras de café do Brasil pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) O terroir é dado pela caldeira de um vulcão extinto há 80 milhões de anos, que definiu uma área de solo vulcânico entre o sul de Minas Gerais e o nordeste do estado de São Paulo.
Com cerca de 12 mil pequenos produtores cultivando o grão, o território é composto pelos municípios mineiros de Andradas, Ibitiúra de Minas, Caldas, Poços de Caldas, Bandeira do Sul, Campestre, Botelhos e Cabo Verde; e municípios paulistas Águas da Prata, São Sebastião da Grama, Divinolândia e Caconde.
A Associação dos Produtores do Café da Região Vulcânica tem sede em Poços de Caldas e conta com o apoio do Sebrae e da Prefeitura local. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do município. Franco Martins, o reconhecimento , por parte do governo do estado, da região vulcânica, é de extrema relevância. “É mais um reconhecimento para que eles possam conquistar o espaço necessário tanto no Estado quanto no Brasil, valorizando os cafés de nossa região e agregando o valor merecido aos nossos produtos, que são atualmente apreciados e exportados para vários lugares. É nossa meta também expandir o selo de Região Vulcânica para outros produtos da região, como azeite, cervejas artesanais, queijos, e outros”. O secretário destacou ainda o trabalho do governo Zema , que tem auxiliado o município em diversas frentes.
Já o coordenador de Fomento Agropecuário do município, Cláudio Torres destaca a publicação do governo do Estado como reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Associação. “A publicação da Lei destaca o reconhecimento do poder público, chancelando o cumprimento de todos seus projetos e garantindo à instituição credibilidade como prestadora de serviços à sociedade”.
Região Vulcânica
A caldeira de um vulcão extinto há 80 milhões de anos serviu para definir uma área de solo vulcânico entre o sul de Minas Gerais e o nordeste de São Paulo, que pelas suas características de clima e relevo delimita um “terroir” singular, onde são produzidos cafés especiais.
O território, demarcado e protegido, abrange 12 municípios localizados nas montanhas que dividem esses dois importantes estados brasileiros produtores de café: São Paulo e Minas Gerais.
Na Região Vulcânica a vegetação predominante é formada por florestas tropicais do tipo Mata Atlântica. De solo vulcânico, as altitudes das lavouras variam entre 700 e 1.300 metros, com uma média de 1.075 metros.
A temperatura anual média está entre 17 e 20°C, e a pluviosidade média é de 1.686 mm na região, proporcionando condições excepcionais para uma cafeicultura de altíssima qualidade.
Os cafés cultivados em solo vulcânico apresentam sabor característico de frutas amarelas, caramelo e chocolate; aroma de frutas amarelas e chocolate; corpo alto, com textura sedosa; acidez cítrica, brilhante e intensa; e finalização média e doce.