Era dia 19 de outubro deste ano, a enfermeira Thaina Vanessa Carvalho de Lima seguia para seu trabalho quando uma colisão de um carro com sua moto transformou aquele dia comum em um dos dias mais difíceis de sua vida.
Após o acidente, Thainá foi imobilizada e enviada para a Santa Casa por conta de uma dor torácica. “Chegando na ‘Santa’ eles fizeram rapidamente uma tomografia e aí foi feito o diagnóstico onde apareceu que eu estava com hemorragia no meu fígado, onde teve laceração hepática. O Dr. Caio veio, conversou comigo, conversou com meu esposo e falou que eu iria ter que passar por uma cirurgia de urgência”, relembra Thainá.
“Foi uma cirurgia bem complicada, bem grande mesmo e eu estava com risco de vida. Eles mesmo falaram que eu renasci, porque tinha muito sangue na cavidade abdominal. Então eu realmente renasci. Agradeço demais ao Dr. Caio (César Martins) e ao Dr. Daniel Quites que me operaram. Só tenho gratidão, gratidão por tudo. Muito respeito que eles tiveram e salvaram minha vida”, agradece Thainá.
A cirurgia
A cirurgia de Thainá foi realizada pela equipe comandada pelos médicos Dr. Daniel Quites e Dr. Caio César Martins, que conta um pouco do que aconteceu naquele dia 19 de outubro. “Foi uma colisão moto x carro em alta velocidade, uma cinemática importante. A Thainá chegou lúcida e orientada, mas com bastante dor abdominal, sem sinais de choque, mas, no exame físico, você já notava que podia ter um comprometimento na região toracoabdominal pelo grau de dor que ela sentia e pela restrição da parte ventilatória. Nós prestamos o primeiro atendimento, percebemos que ela estava com um nível de consciência sem alterações, sinais vitais estáveis no momento do exame, mas com uma dor importante na região toracoabdominal à direita e com essa restrição na mecânica ventilatória. Poderia ser um trauma torácico importante, tanto quanto um trauma abdominal”, explica Dr. Caio.
“Tomografamos rapidamente, evidenciamos uma laceração hepática importante, com sangramento importante, já com sangue nos quatro quadrantes do abdômen. Fizemos a medicação para o sangramento e imediatamente pedimos sala no Centro Cirúrgico, porque já tinha indicação imediata de laparotomia exploradora, apesar do grau de estabilidade hemodinâmico, pela quantidade de líquido que tinha no exame. Na cirurgia foi identificada somente uma laceração hepática profunda, com sangramento ativo. Foi feita a rafia da lesão estancando a hemorragia. Ela evoluiu super bem no pós-operatório graças à rapidez do atendimento”, revela o Dr. Caio.
Respeito
O fato de Thainá ser testemunha de Jeová e sua religião não permitir que ela receba sangue foi um fator de complicação na cirurgia. “Como eu sou testemunha de Jeová eu também não poderia usar sangue. Por isso a cirurgia seria mais complicada. Nesse momento, vendo que eles não poderiam usar o sangue, eles respeitaram a gente de todas as maneiras, tanto os médicos como os enfermeiros que estavam lá. Fui para o Centro Cirúrgico, deu tudo certo com minha cirurgia, foi uma cirurgia grande, passei por uma laparotomia, ela é bem extensa, mas eles não usaram o sangue de qualquer forma. Fui para a UTI, onde eu fiquei do dia 19 ao dia 26 e tive alta para o quarto”, relata Thainá.
“O fato dela ser testemunha de Jeová, tinha uma limitação de transfusão de sangue e acabou nem precisando de transfusão. A rapidez do atendimento também foi muito importante para que ela não chocasse, porque pelo grau da lesão, se demorasse mais, ela poderia até evoluir para choque. Quero fazer um agradecimento especial à equipe da UTI da Ala D, que foi fundamental na recuperação dela. O Dr. Rodolfo, que admitiu ela no pós- operatório e todos os profissionais da UTI que deram seguimento no pós-operatório dela ”, completa o Dr. Caio.