quinta-feira, setembro 19, 2024
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InícioCulturaExposição "Cidade Azul" reflete sobre a urbanização em Poços de Caldas 

Exposição “Cidade Azul” reflete sobre a urbanização em Poços de Caldas 

Mostra fotográfica do artista visual Sérgio Fernandes, que utiliza a cianotipia na construção das imagens, técnica descoberta em 1842, está aberta à visitação até 31 de agosto, no Box Cultural do Mercado Municipal 

A exposição “Cidade Azul”, do artista visual Sérgio Fernandes, inaugurada durante o Festival de Inverno de Poços de Caldas, segue em cartaz até o dia 31 de agosto de 2024, no Box Cultural do Mercado Municipal. A mostra oferece uma reflexão sobre as formas de ocupação urbana na cidade, utilizando processos fotográficos analógicos e a técnica histórica de cianotipia. Reúne fotografias em vários formatos e contou com a curadoria do próprio artista e de Miguel Fernandes, artista visual e arte-educador, também responsável pela concepção e montagem da exposição. 

Sérgio Fernandes é formado em Artes Plásticas pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e tem pós graduação em História da Arte. É membro fundador do Foto Clube Lambe-Lambe do Brasil e foi palestrante no “4º Encuentro Fotografos de Plaza” na Argentina. É idealizador e coordenador dos projetos culturais “Arte-Meio” e “Janela Mágica”, focados em oficinas itinerantes de artes e fotografia analógica e sócio fundador da Kasanalógika em parceria com o gravurista Rafael da Mata em Poços de Caldas. 

Para conceber a exposição, Sergio Fernandes capturou as imagens com uma câmera analógica PENTAX K1000, usando filme preto e branco com ISO 100, 200 e 400. Após a revelação e digitalização dos negativos, as imagens foram ampliadas e transferidas para o papel Canson 300 gramas através da cianotipia, técnica descoberta em 1842 pelo cientista inglês Sir John Herschel e popularizada pela botânica Anna Atkins. 

De acordo com a poética que permeia a mostra, descrita por Miguel Fernandes, “Cidade Azul” documenta a transformação urbana de Poços de Caldas por meio de fotografias que destacam a crescente presença da arquitetura sobre a paisagem natural. “As fotografias revelam o impacto da construção desenfreada, substituindo gradualmente o horizonte das montanhas da Serra de São Domingos por formas rígidas de concreto,” explica Miguel.  

A cianotipia, com suas tonalidades de azul, enfatiza essa transformação, convertendo a serenidade das montanhas em formas opressivas de urbanização. “As imagens expostas retratam prédios ocultando a suavidade da natureza, com sombras profundas simbolizando os vazios deixados pela urbanização e áreas iluminadas sugerindo desolação”, revela.  

“Cidade Azul” vai além da exibição de habilidades técnicas. É uma plataforma para diálogo, onde Sérgio Fernandes convida o público a questionar o custo do desenvolvimento urbano e a refletir sobre a necessidade de equilibrar progresso e preservação. As cianotipias, como crítica poética, utilizam uma técnica histórica para documentar a própria transformação da natureza. A exposição conecta-se a movimentos contemporâneos como a Land Art, destacando a tensão entre as formas geométricas construídas e a organicidade do mundo natural. “A ideia é oferecer uma crítica, mas também uma visão esperançosa de que é possível harmonizar desenvolvimento urbano com preservação do patrimônio natural e cultural.  

O projeto da exposição foi realizado com a curadoria de Miguel Fernandes e a produção da Lavanda Cultural, contando com a participação de Bibi Rodriguez, Dani Alvisi e Pablo Victor, na divulgação, registros e produção de vídeo. 

Serviço:  

“Cidade Azul”, exposição fotográfica do artista visual Sérgio Fernandes 

No Box Cultural do Mercado Municipal 

Até 31 de agosto 

@magicajanela 

@lavandacultural 

@meu.estudio 

Foto: Dani Alvisi 

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